terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ENGOLINDO UM CURURU


           Na vida já engoli tantos cururus, que não sei como não morri engasgada. Eram cada um maiores do que outros, sem direito a um óleo, vaselina líquida ou água para ajudar a descer.
       Para quem não sabe o que é um cururu, é da origem da língua tupi kuru'ru sendo a designação popular dada aos grandes sapos. Pois é, se este sapo é grande por natureza, imagine-o de forma gigantesca.
    Engolimos gigantescos sapos no nosso cotidiano: nos noticiários, programas de TV, nos círculos de amizades e familiares, no trabalho e assim por diante.
    Nos noticiários, ouvimos e lemos coisas absurdas e que infelizmente ficamos com as mãos atadas. Por exemplo, aumento de salário dos políticos, que são exorbitantes e “acredito” eles “trabalham” em média três vezes por semana. Enquanto o povo trabalha de segunda a sexta, alguns até nos finais de semana e feriados, recebendo um salário vergonhoso, que mal dá para pagar as contas do final do mês. Engulo este sapo, porque NÓS SOMOS CULPADOS de certa forma. Nós votamos neles... fazer o quê?
   Nos programas de TV... meu Deus! Se uma pessoa não tiver TV por assinatura ESTÁ PERDIDO! Um exemplo,passei uns dias na casa de amigos nas férias, que não tinham este pequeno luxo. O melhor foi ir para noitada, porque na TV não tinha uma coisa que prestasse. Não vou ser hipócrita em dizer que nunca curti um reality show. Assisti o BBB até a 7ª versão. Depois perdeu a graça... comecei a ficar mais crítica e a repensar sobre o programa. Li uma crônica do Luiz Fernando Veríssimo, “A Vergonha”, que me fez acordar completamente sobre esse programa: não consigo mais assistir. Todos os argumentos do autor são verdadeiros... e ADOREI! E não somente estes programas... as novelas estão apelativas, alguns programas humorísticos não tem graça alguma... DEUS!!! Até o momento, o que salvam são as entrevistas do Jô Soares... que deveria passar aos sábados, domingos e no horário nobre, seguido de Altas Horas, com Serginho Groisman. Uma dúvida: porque o que é bom, só passa nas madrugadas, em que o trabalhador, que acorda cedo, não pode assistir? Aff!!! Também gosto de alguns quadros do programa do Luciano Huck e o Programa Bem Estar. De outras emissoras... sem comentários.
    Nos círculos de amizades e familiares, depende do lugar onde estamos. Por exemplo, se estou na casa de um familiar e ele joga uma “piadinha de mal gosto” ou uma “indireta quase direta”, sou obrigada a engolir o cururu e deixar a resposta para um lugar neutro. Minha mãe me ensinou que devemos respeitar a casa dos outros e deixar eles falarem o que quiserem, pois é o terreno deles.
   No trabalho, engolir curucu é normal. Mesmo sem gostar de determinadas coisas, temos que fazer isso para manter a harmonia. Existe algo chamado HIERARQUIA... quem debate com quem manda quer ser demitido ou excluído de alguma forma. Tem um ditado popular que é verdadeiro: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Quanto aos colegas, às vezes, é melhor ignorar e esperar para dar a resposta na hora certa, porque discutir em certas ocasiões, você acaba perdendo a razão e se igualando a ele.
   Aprendi com a vida que dá para vomitar os curucus no tempo e na hora certa. Primeiro, vendo os noticiários as imensas corrupções políticas, vomito nas urnas, aprendendo a votar. Segundo, nos programas de TV, é só desligar o aparelho, passear ou ler um livro. Terceiro, nos círculos familiares e de amizades, responder no momento certo, em lugar neutro... há alguns que é melhor ignorar, para não gastar energia com pessoas insignificantes. Por último, no trabalho, é esperar em Deus (digo por experiência), as respostas um dia chegam sem precisar de palavras... e esse momento é maravilhoso, porque o sapo é expelido grandiosamente, sem que você se estresse com ninguém... é só ficar assistindo e a vida continua.

Bibliografia:

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

FELIZ: SER OU ESTAR?



Estive pensando sobre o ser e o estar feliz. Até mesmo pesquisei sobre estes verbos auxiliares e seus aspectos gramaticais para chegar a uma conclusão sobre este assunto.
Consultei dicionários e todos dão as mesmas definições:
SER: possuir as características ou qualidades indicadas pelos adjetivos(predicado) que acompanham e determinam o verbo.
ESTAR: ser num dado momento; encontrar-se(em certa condição).
Estas definições não satisfez minhas expectativas sobre o que eu desejava saber. Então, tentando me aprofundar mais, encontrei o livro O Aspecto Em Português de Sônia Bastos Borba Costa. Ela trata sobre verbos auxiliares, especificamente o SER e o ESTAR, citando propostas bem interessantes das autoras da Gramática da língua Portuguesa, Maria Helena Mira Mateus et alii:
A resposta proposta pelas autoras sugere que ser é “selecionado por predicadores que exprime propriedades individuais” e estar é “selecionado por predicadores que exprimem propriedades de manifestações temporalmente limitadas de individuais”. Isto é, estar é usado quando a predicação é “temporalmente limitada”, não válida para qualquer tempo, mas sim para um período de tempo delimitado. De uma certa forma trata-se da distinção entre estado permanente x estado transitório. Assim, ser se emprega para referir estado permanente (ser um homem baixo, por exemplo) e estar se emprega para referir estado transitório (estar cansado, por exemplo). [...](COSTA,2002 p.52-3)

Ao meu ver, em cada pessoa, a felicidade deveria ser imanente. O verbo SER deve ser usado para as coisas positivas da vida como, por exemplo: “Sou bonita, não importa a opinião dos outros”. Há pessoas que vivem dizendo: “Sou infeliz”. Meu Deus, que tristeza! A amargura dominou essas pessoas. São do tipo que quaisquer coisas boas que você diga, ela tem uma desculpa para dizer que NUNCA vai conseguir...aff!!! Por mais amiga que você tente ser... é melhor manter a distância... e se for contagioso?
Vejo diversas pessoas dizendo “estou feliz” hoje, como se fosse apenas um momento na vida dela. Na internet, por exemplo, nos sites de rede sociais é o que mais leio. O que deveriam ser, realmente, momentâneos, ou melhor dizendo, usando o verbo ESTAR, são as decepções, as enfermidades físicas e psíquicas, a pobreza, a tristeza, o desemprego, entre outras coisas ruins.
Nós estamos de passagem neste mundo e temos que aproveitar e SER FELIZ!!! Não sabemos quanto tempo teremos por aqui. Muita gente que vive no ESTAR, pode não concordar com o que estou dizendo. Por exemplo, uma pessoa adquiriu uma doença incurável, tem pouco tempo de vida: este é o momento em que, ao invés de cultivar a amargura e a tristeza, deve aproveitar seus últimos dias para SER FELIZ e fazer tudo o que sempre desejou!
Alguns vão me perguntar: “quem é você pra dizer isso?” Respondo: uma pessoa que já passou por muitas dores, muitas perdas irreparáveis (inclusive, minha mãe e uma filha no mesmo ano), muitas decepções, muitas dificuldades... mas não deixei a “bola cair”... transformei tudo isso num aprendizado, experiências que aproveito para ajudar a outros que passam pela mesma situação. Recuperei muitas coisas que havia perdido, realizei a maioria dos meus sonhos, com a ajuda de Deus, e hoje grito para o UNIVERSO: SOU FELIZ!!!

BIBLIOGRAFIA:
  • Michaelis: dicionário escolar língua portuguesa. - São Paulo: Editora Melhoramentos, 2002.
  • FERNANDES, Francisco,LUFT,Celso Pedro & GUIMARÃES,F. Marques. Dicionário brasileiro Globo – 9ª ed. – Rio de Janeiro: Globo, 1989.
  • COSTA, Sônia Bastos Borba. O aspecto em português – 3ª ed. - São Paulo: Contexto, 2002.